Ano novo, bicho novo no pancanal aproveita exuberante vegetação para petiscar

Construído nos últimos meses do governo Tonim e inaugurado nos primeiros de Dico, o Canal da Cidadania se tornou o point favorito para os praticantes de caminhada, com suas pistas bem definidas e seus caramanchões para o repouso dos menos atléticos. Antigamente tinha umas mesas e lixeiras ali, mas, agora são monturos de tijolos derribados, como um altar profanado. 

O Canal tem seu próprio ciclo de vida que acompanha as duas estações da Terra da Palmeira: verão [temporada da estiagem, conhecida como Seca (pronuncia-se Sêca)] e inverno [temporada das chuvas, conhecida como Águas (pronuncia-se Águas mesmo)]. Assim, quando um cidadão vai fazer algo e quer citar a estação, ele diz: "Nas águas farei isto" ou "Na seca (pronuncia-se sêca) vou fazer aquilo". Dessa forma, somos regidos por esses ciclos e pelos decretos do Soberano. 

O canal também. Agora estamos no tempo das águas. Essa é a estação em que o canal se transforma em pancanal: seu leito se alaga, formando pequenos lagoas; sua vegetação verdeja e sobe e se povoa das criaturas mais exóticas, como urubus brancos, popularmente conhecidos como garças, que visitam religiosamente esse espaço. Também há muitas outras criaturas nem tão exóticas assim moradoras do canal, como os ratos e lagartos, que alimentam a cadeia alimentar das cobras.

Com a acentuação das chuvas nos últimos dias e o aumento do corpo d' água no Canal, a variedade de seres vivos que frenquentam esse sítio se tornou mais variável. Prova disso é a observação da presença mais recorrente de outros bichos que viajam quilômetros só para virem se refastelar nessas centenas de metros de cursos de águas sujas e, em certo tempo, fétidas. Já que ali alguns moradores lançam seus rejeitos, o que, aliás, acaba se tornando uma rica fonte alimentícia para esses visitantes classificados como aves, répteis, peixes e anfíbios, já que os mamíferos hominídeos foram os que construíram esse logradouro.

Sim, agora no canal há pequenos peixes que, por ora, se alimentam das larvas dos mosquitos que depositam seus ovos naquela paragens úmidas ou nas pequenas poças de águas paradas no leito do canal. Por sua vez, esses peixinhos atraem algumas aves fishers para as quais eles são o "pão nosso de cada dia", como as que vocês vêem em nossas imagens. Outros animais atraídos são os anfíbios como sapos, rãs e pererecas, que vêm se deliciar com a fartura de insetos, daí eles acabam sendo caçados e devorados por répteis, como cobras e pequenos lagartos que sob o sol e sobre as pedras , fazem um topless sedutor para as benditas cobras e as aves que também os apreciam. Na verdade, esse canal nos bastidores e no escurinho é uma doideira profana.

Ao vir a Buritis, não deixe de visitar nosso temporário pancanal. Embora desaconselharmos qualquer viagem nesse período de pandemia. Logo, fique em casa e deixe os outros bichos em paz.




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