Balaio Buritisense

Manos, a mãe tinha mania de passar cera líquida em casa e um dia ela mandou que eu fosse ao mercadinho comprar isso. Só que eu não entendi direito a ordem dela e nem era bobo de pedir pra véinha repetir tudo de novo, senão tamanco zuniria nas orelhas. Baixei no mercado pedindo cerenliqui (era o que eu tinha entendido). A moça do caixa e o menino que empacotava as compras se entreolharam confusos. Mandaram eu falar com o açougueiro. Depois de me ouvir, o açougueiro deu uma olhada paras as carnes penduradas ali como se perguntasse: "Alguma de vocês aí é a Cerenliqui?" hehehe...Deixei todo mundo maluco procurando isso lá. O engraçado é que eles me pediam pra discriminar o produto e eu, pra não me passar de lesado, dizia: - É um negócio assim e assado. - É de comer ou o quê? - Sei não, minha mãe é que sabe. - Por resto, eles enjoaram de procurar o produto cerenliqui e disseram:  - Menino aqui num tem isso não. Pergunta lá na farmácia, que isso tá parecendo nome de remédio.&

Chegou ao fim o que nunca devia ter começado: A greve dos servidores públicos municipais de Buritis. Depois de várias tentativas frustradas, o embate final ocorreu na Promotoria Pública com a intervenção da promotora. Por fim, chegou-se a um acordo. Mas a luta foi tremenda. O novo comandante encontrou um exército desmoralizado e tímido, pois o inimigo havia se infiltrado em suas fileiras. Muitos soldados haviam desertados, outros rendidos. Não se alinharam com os companheiros. Não acreditavam na vitória. Porém ele não se acovardou. Juntou as tropas. Deu ânimo, esperança. Estabeleceu capitães corajosos, parceiros de outras batalhas, experiências. Levantou o moral dos combatentes. A batalha já se armava. O inimigo forte e furioso atacou. Pensou que cansaria aqueles poucos guerreiros, que os aniquilaria, pois tinha RAYo e trovão, forças do além. O pequeno exército resistiu. Com a cara e a coragem. Não fugiu da arRAYa, nem do trovão. Mas quanto mais lutavam, mais a vitória p

O poder foi "usurpado". Quem devia governar se esconde. Sai de fininho. Falta-lhe presença. Transferiu o governo, que o povo lhe deu pelo voto democrático e confiante, para outras mãos. O governo foi dado pelo povo. Devia ter devolvido para o povo. Traiu. E agora não negocia, não dialoga. Falta  conselho. O conselho devia vir dos vereadores... Mas o conselho vem do povo. E o povo anda perdido pelas valetas que o governo vai construindo. Ou hipnotizados pelo canal da cidadania.  Esquecem ou, pior ainda, ignoram que são essas pessoas das faixas que estão no trabalho a cinco, dez, quinze anos que fazem, de fato, a governabilidade do município, construindo suas escolas, pavimentando as ruas, cuidando dos doentes, conscientizando, firmando o fundamento para uma comunidade justa e estável.  Mas esses honrados servidores percebem a infiltração de dezenas de portarias e emergenciais em troca da desvalorização de seu ordenado. Eles que irão assim como vieram, da noite para o

Mandou ele para o raio que o parta. Levou a sério. Comprou uma passagem e veio para Buritis.

A greve dos servidores públicos do município de Buritis entra no seu segundo tempo (dia) sem que nosso time consiga marcar um gol. Servidores Públicos 0x1 Prefeitura de Buritis. A prefeitura levou a melhor no primeiro embate com aquela cartada do “cenhão” (cem reais de vale alimentação que deveria se chamar: “Vale cafezinho corajoso”). Os times já estão armados e posicionados na arena. Já algum tempo eles vêm se estudando. De um lado, os grevistas e suas reivindicações que vão desde reposição salarial até melhorias nos ambientes de trabalho, além da reintegração de algumas gratificações retiradas de seus contracheques por essa administração. Do outro lado, o executivo municipal que diz não haver possibilidade para atender as reivindicações dos “paralisados (pela prepotência e falta de relação... humana desse governo nessa situação)” porque não há dinheiro suficiente nos cofres municipais. Evitando o ataque direto, porém alinhada na defesa, mesmo porque tentou uma investida logo n