Os cães também cochicham


Buritis está de um jeito que até os cachorros estão maquinando para fazer o mal. Que eles são os melhores amigos do homem, isso é verdade. A coleira que o diga. Porém há um código latindo secreto do entendimento dos nossos ouvidos humanos que esses mamíferos quadrúpedes estão desenvolvendo e usando para cometer alguns ilícitos, como diria a turma da “Coração de Mamãe.”

Descobri isso agora muito pouco recentemente em uma rua qualquer do setor 01.
Vinha eu mui tranquilamente, trazendo um pedaço de costela suína embolada e embrulhada nessas sacolas brancas. Sacola essa mais fina que a perna da Serafina, apesar de que eu não fico olhando perna nenhuma de Serafina... que fique bem claro isso. Nem conheço nenhuma Serafina e se conhecesse... Aff, alguém me mande parar nem eu... assim nem eu me suporto.
Pois então, todo feliz no Buritis, carregando esse taco de osso vinha eu, quando em determinada rua um cachorro do tamanho de um rato pequeno pareou comigo de focinho empinado, farejando  o que tinha na sacola. De vez em quando ele dava uns saltinhos tentando alcançar meu pedaço de osso. pelo tamnaho do bicho, resolvi não respeitar a raça. Dei uma ralhada das brabas com ele:
- Sai daqui, seu projeto de miniatura de cão! Vai crescer primeiro depois vem tirar onda comigo.
Dei uma rapada de pé no chão bem forte mesmo para dar aquele susto nele. O pinscher volume 1 se afastou embaçado. Vi quando o cisco de cachorro foi caladinho até uma moita verde no canto da rua e se aproximou de um baita cão que estava deitado debaixo moita de trançagem. Cão que devia ser o cruzamento de todas as raças de canídeos gigantes. Cochichou qualquer coisa no ouvido do monstro. Rapidamente o canzarrão empinou as orelhas, deu uma mirada na minha pessoa com aqueles olhos de cão e se pôs de pé. Pensei comigo: “Mas que cachorrinho mais filho de uma cadela! Foi me dedurar pro monstro.”

Fiz um rastreamento da área, à procura de um local seguro, uma árvore, palanque ou qualquer coisa que me livrasse das garras do cão. Nada vi senão os muros. Nisso, o rato veio latindo de lá pra cá, me acuando com os latidos de cigarra na capoeira seca. Minha vontade era grudar nele e colocá-lo dentro do bolso, mas o cão monstro estava, agora, sentado debaixo da moita me olhando assim do tipo: “Rela nele e você vai se ver comigo”. Achei melhor fingir que estava com medo do cãozinho e fui me afastando o mais depressa possível do local, sob o latido estridente do pinscher e o olhar de patrulheiro do canzarrão. Mas salvei minhas costelas.

Desde então, acredito que os cães cochicham e estão confabulando para arquitetar um plano canino e dominar o mundo-cão.

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