Luz, câmera e ação no Canal

Foto:buritisonline.com.br
Ai, ai. Aí baixou aqui sua excelência o governador e acorreu todo mundo para pertinho do homem, pois que não é todo dia que se achega pra essas bandas do Candeia figura tão prestigiada e de imensurável grandeza. Homem patrono dos mais grandiosos serviços dispensados a essa cidade.
Ai, ai, ai, se não fosse ele, estaríamos na lama descendo para o São Domingos com o destino traçado escorrendo para o Candeia. Salve a Sua Excelência O Governador! Mas olhando cá, o serviço é recuperar o que se foi perdido e consumido nesses quase três anos. Então não é lá isso tudo. Como a própria Excelência disse: temos um déficit muito grande de infraestrutura urbana.
O homem chegou e o que se apinhou de gente sorridente num vai-vem animado á beira do canal não está escrito em gibi nenhum, mesmo porque os gibis não se interessam nisso.
O palco foi montado. "Alô, som... som... Tessssssstando som... Um, dois, três, ssssom"! A música tocando alto. Luzes acesas, apesar do sol da manhã sem sol. Eu, heim.
Sobressaiu no meio da multidão a voz dos inocentes condenados da Perfídia injusta rejeição do povo dessa municipalidade. Falem que falem. Mas sossegue, meu povo! Canta, canta minha gente, que a vida vai melhorar.
Senhor governador, figura ilibada cercada e cerceada pela admiração de seus governados. Ô festança boa, sô! Políticos falando de politicagem; Imprensa da notícia; O povo, da suas esperanças; Eu nem disso nem daquilo. Agora a coisa anda, sim sinhô, sinhô. Toca a música. Falem senhorias e Vossas Excelências. O que me interessa é o depois dessa aglomeração. Cada um para sua casa. Volta ao corriqueiro do cotidiano. Se consola com a lembrança do dia em que o Governador baixou no canal.
Fez as honras da inauguração do tão badalado Canal. Acenderam se as luzes. Ligaram as caixas de som. Fez-se retumbar os som dos discursos e das palmas. Agora, está entregue para o deleite do povo buritisense o Parque Buritis Canal da Cidadania.
E andou, pois que depois da festança as luzes se apagaram. A música cessou. Desmontaram o palco. O homem arribou. Foi baixar em outras paragens.
Estávamos trabalhando. Nossos olhos não viram o homem. Estávamos ocupados. Nossos ouvidos não ouviram as sábias palavras de verdade que ele proferiu.
Hoje. Pessoas caminham em círculo no canal escuro. Era só ostentação?!

Foi-se embora o homem. . Filmou, fotografou, gravou, escreveu, apagou, acabou...

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